
A vida numa aldeia comunitária contem hoje muitos aspectos romântico-saudosistas mas era dura, suficientemente dura para levar muita, muita gente a emigrar. "Iam seis pessoas segar centeio para o campo com meio litro de água", conta uma aldeã. "Uma vez", conta outra, "estava a cortar centeio, o meu pai mandou-me ir buscar água numa garrafa de vinho do Porto. Parti a garrafa, cheguei a chorar e ainda apanhei uma "data" (lambada) por cima. Agora você garrafas aos pontapés, naquele tempo era precioso".
Para obter vinho para a aldeia (em Paredes do Rio não há vinha) o lavrador pegava num burro e ía para as bandas de Paradela comprar vinho. O burro vinha carregado com 25 litros de vinho em cada odre, um de um lado e outro do outro.
E o vinho era bom ao menos? "Fuuu...olhe, bebia-se, não havia outro..."
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