
Há tempos recebi uma mensagem através do Facebook: "Sr. Nuno Ferreira, terei muito gosto que quando passar em Vinhais prove do fumeiro da região e fique a pernoitar em minha casa". A mensagem vinha de um tal de Anselmo Morais que não conhecia de lado nenhum. Quando cheguei a Vinhais, vindo de Moimenta da Raia, lá estava ele, com a sua carrinha de caixa aberta à minha espera. Só quem anda sózinho por serranias desertificadas pode perceber totalmente a minha alegria e gratidão em ser recebido assim. Pouco depois, já estavamos em frente a uma lareira com os presuntos caseiros de Anselmo Morais à espera do dia D, a provar fumeiro e a trocar histórias. Eu, as da minha viagem e ele, as das suas andanças pelo país como GNR: "Eu quando vi que estava a fazer esta viagem, admirei a sua coragem. Você está a fazer a pé o que eu fiz de automóvel". Mais a mais, entre os vários postos onde trabalhou, Anselmo esteve em Tangil (Monção), não muito perto de onde pretendo terminar, Lamas de Mouro (Melgaço).
No dia seguinte foi-me buscar a Rebordelo e deu-me guarida outra vez, levou-me a fazer um city tour de Vinhais, com direito a visitar o Parque Biológico, a praça de touros (sim, em Vinhais há uma praça de touros) e o maior assador de castanhas do mundo. Ainda vimos o Benfica-Sporting juntos, no café do Zé (benfiquista), cada um a torcer pelo seu clube: Eu sou sócio do Benfica e Anselmo é sócio do Sporting.
O que é que uma pessoa quer mais com hospitalidade desta?