
A partir de uma dada altura, para tentar colocar à vontade os desconfiados serrenhos algarvios, ao chegar a um café, além de pedir uma bebida, tirava a máquina fotográfica para fora da mochila, o computador, até que uma pergunta estoirasse: "Então e tu és jornalista? E andas a pé? E não tens medo?" No final, já acabavamos a falar da chuvinha que não servia nem para regar as favas ou da rapariga da localidade que para falar ao telemóvel com o namorado tinha de subir a encosta todos os dias.
Foi num desses cafés que encontrei o grande José Branco, alentejano de Baleizão: "Este pessoal? Desconfiam de tudo..." Dito e feito. Na próxima povoação, disse alegremente "boa tarde" à primeira pessoa que encontrei. Resposta sumida e de olhos no chão: "B'tarde..."
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