
Foz do Ribeiro foi a primeira povoação digna desse nome que apareceu no meu trajecto Serra do Caldeirão acima. Entrei num café, pedi uma cerveja e vi a dona do estabelecimento entregar-me a garrafa à distância, o olhar entre o desconfiado e o receoso. Um homem de aspecto doente e alcoolizado vigiava-me à distância. Deixei-me ficar a beberricar a cerveja numa espécie de esplanada rural, enquanto homens íam e vinham, parando Famel-Zundapps ou carrinhas de porta aberta. A atmosfera só degelou quando expliquei que era jornalista. "Minha senhora", expliquei, "tem de desconfiar é de quem aparece aqui de fato e gravata a querer vender-lhe alguma coisa". A dona, a mão no rosto: "Ai, mas a gente nã sabe...ainda por aí tanta gatunagem..."
Fiel aos seus princípios, o cão na foto nunca largou as suas cabras enquanto não me viu passar. Já no fim da aldeia, um agricultor: "Atão mas nem bicicleta tem?"
Sem comentários:
Enviar um comentário