
Fui a Palas na companhia do meu anfitrião em Vinhais, Anselmo Morais, por uma estrada em terra batida a cerca de dois quilómetros da N 103 que liga Bragança a Chaves. Em 96, ainda ali viviam cerca de 30 habitantes. Os últimos moradores fugiram ao isolamento e à falta de saneamento básico e construiram casas junto à estrada nacional. Hoje, Palas é um mar de silêncio, uma aldeia fantasma, casas abandonadas, outras em ruínas. Por momentos, inventamos vida onde ela já não existe: "Ali, aqueles cortinados a mexer...está ali alguém?" Apercebemo-nos rápidamente que o efeito esvoaçante é causado pelo vento que entra pelas vidraças partidas das janelas.
A desolação humana é tamanha em determinadas aldeias do distrito de Bragança que há pessoas que fogem quando vêm um estranho de mochila às costas a pedir uma indicação. “O senhor desculpe, eu vi o senhor na estrada mas eu não o conheço de lado nenhum...”, explicou uma senhora em Pinelo, Vimioso, a recuar em direcção ao carro.
5 comentários:
Olá caro amigo caminheiro, admiro o trabalho que está a desenvolver na preservação do Portugal profundo. Quero informar que faço parte da Associação Rio Neiva, sou responsavel pelo Departamento de Pedestrianismo da mesma Associação. Depois de ver a peça na TVI da sua "Caminhada, pelas gentes e tradições de Portugal", deixo-te as seguintes perguntas, o que será deste País quando se perder no tempo o conhecimento da nossa identidade? Será que os chinêses conseguirão produzir as alheiras de Pitões das Junias? Será que Espanha conseguirá produzir as murcelas doces e as pedras parideiras de Arouca? Será justo perder a maior riqueza deste Pais, que è o seu conhecimento? Um abraço e boas caminhadas, qualquer contacto, podes fazer pelo e-mail luisjesus73@hotmail.com
Olá,
Depois de ver a reportagem na TVI, e ter reparado que anda por terras da minha infância, onde estão as minhas raízes fiquei espectante por ver as imagens e os seus comentários quando subir a serra de Larouco passando inevitávelmente por Padornelos, terra do meu querido e saudoso pai.
O ar é diferente, as gentes são únicas e as paisagens inesquésiveis.
No alto do Larouco poderá ver de um lado os galegos do outro os portugueses, e a perder de vista montes e vales de um verde genuíno.
Saudade........fiquei com muita saudade!
Boa viagem:)
Fátima
Fui ao alto do Larouco mas desci por Gralhas, tenho de regressar e ver Padornelos!
Favor visitar a aldeiazinha do Paraizal,Paraizal blogspot.com.Sabe eu acho que não viu o mundo quem não tem uma aldeia no coração....
Infelizmente esta foto já faz parte do passado, pois hoje passei nesta estrada e esta casa abandonada já foi demolida, tantos anos a passar aqui e a ver esta imagem.......barragens...........
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