DIÁRIO DE VIAGEM DO JORNALISTA NUNO FERREIRA (EX-EXPRESSO, EX-PÚBLICO) QUE ATRAVESSOU PORTUGAL A PÉ ENTRE FEVEREIRO DE 2008 E NOVEMBRO DE 2010. O BLOG INCLUI TODAS AS CRÓNICAS PUBLICADAS NA REVISTA "ÚNICA" EM 2008, BEM COMO AS QUE SÃO PUBLICADAS SEMANALMENTE NO SITE CAFÉ PORTUGAL. (Travel diaries of Nuno Ferreira, a portuguese journalist who crossed Portugal on foot from February 2008 to November 2010. contact: nunoferreira62@gmail.com ou nunocountry@gmail.com

25/03/10

OUTEIRO

 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

RIO MAÇÃS, PERTO DE OUTEIRO

 
Posted by Picasa

PERTO DE OUTEIRO

 
Posted by Picasa

ENTRE PINELO E OUTEIRO, NA ESTRADA SERPENTE OU ESTRADA DO RATO

 
Posted by Picasa
A EN 218-2 é daquelas estradas que não deixam saudades. Curvas e mato, numa palavra. Há uns anos, no entanto, foi muito falada quando se falou em requalificar a ligação Vimioso-Bragança. A nova estrada pressupunha uma passagem na já muito periférica povoação de Pinelo mas o sonho dos de Pinelo esbarrou na existência na zona de uma colónia do rato de cabrera. Na altura, até o presidente da República, Cavaco Silva, levou para Lisboa um dossier sobre o rato...de cabrera, sim. Não vi nenhum.

ENTTE PINELO (VIMIOSO) E OUTEIRO (BRAGANÇA), NA ESTRADA SERPENTE

 
Com o advento da IP 4 e a utilização de estradas mais planas tanto por Espanha como por Portugal, as curvas entre Pinelo e Outeiro foram deixadas à sua sorte. Muito raramente se vê passar um carro, o velho asfalto acompanhado de giesta e xisto. Só o Rio Maçãs e o vale verde que o acompanha destoa na monotonia.
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

PASTOR EM VALE DE FRADES

 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

VALE DE FRADES

 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

A PASSAR EM AVELANOSO

 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

"ÉS PORTUGUÊS?"

 
Posted by Picasa
Foi pouco depois de passar São Martinho de Angueira, ali a um passo de Espanha e de Alcanices. A viatura da GNR parou perto de um caminho de terra e os dois guarda saíram lá de dentro sorridentes, na minha direcção. A estrada, uma recta vazia e cinzenta a perder-se no horizonte. "És português?", perguntaram. "Não, sou basco e trago um monte de explosivos aqui na mochila", ainda me apeteceu brincar. Expliquei-me, contei que há umas duas horas estivera em Constantim a entrevistar o gaiteiro Célio Pires, afinal um colega de ofício, GNR em Miranda do Douro. Acabámos a conversar e a rir, não sei que me apontassem o nome, morada, pai e mãe, tudo como manda a lei. "Sabe, alguém ligou a dizer que viu um homem a passar de mochila, tivemos de vir ver..." Claro que sim, a segurança nacional acima de tudo. A viatura branca e de risca verde deu meia volta e deixou-me de novo só, no planalto, em liberdade, a maior liberdade a que se pode aspirar, inspirar...ar puro, campos a perder de vista de um lado e do outro, pouco me importando se a relva da esquerda é portuguesa e a da direita é espanhola.
 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

POR TERRAS DE MIRANDA

 
Posted by Picasa

AURELIANO RIBEIRO, ALFAIATE, MESTRE ARTESÃO DE TRAJES REGIONAIS MIRANDESES, CONSTANTIM

 
Posted by Picasa
 
Posted by Picasa

GAITEIRO E CONSTRUTOR DE GAITAS CÉLIO PIRES EM CONSTANTIM, MIRANDA DO DOURO

 
Posted by Picasa
Célio nasceu ali, entre pauliteiros, gaiteiros, a um passo de Espanha, em pleno planalto. Aos 8 anos entrou para os Pauliteiros de Constantim, aos 10 começou a dar toques de flauta e aos 13 começou a tocar gaita sózinho. " Quando comecei era o único, a gaita de foles naquela altura era considerada um instrumento de velhos. A malta da minha idade não gostava, era gozado. Em 15, 20 anos, mudou tudo. A gaita de foles agora é um símbolo de prestígio, é como a língua mirandesa, hoje há orgulho em falar mirandês..."
Apesar de ter aprendido a tocar sózinho, Célio Pires preocupou-se em ensinar outros para ter quem tocasse consigo. "Foi uma bola de neve. Agora, há para aí uns 80 a tocar gaita de foles na zona de Miranda do Douro. Tão depressa não se corre o perigo de se perder a arte".
Aos 16 anos, Célio estava cansado de tocar em instrumentos pouco sofisticados. "O que se comprava por aí era deficiente, as pessoas preocupavam-se mais com os desenhos exteriores do que com a qualidade sonora". A princípio foi aprendendo. "Fui aperfeiçoando. Há três anos abri esta oficina com maquinaria moderna, faço gaitas de foles mas sanfonas também, só que dão muito mais trabalho". A jóia da coroa da sua oficina, em Constantim, é um torno em madeira, com cerca de 200 anos que herdou de um bisavô.
Além de tocar e construir instrumentos, Célio Pires também compõe: "O que mais gosto é de tocar temas compostos por mim, fiéis à tradição local mas feitos por mim. Há por aí muita rapaziada nova a tocar músicas feitas por mim".
Apesar de tocar com o seu próprio grupo, "Trasga", Célio está sensível ao problema da dispersão de gaiteiros, músicas e talento, um pouco por todo o planalto. "O ideal era existir um conservatório em Miranda do Douro que concentrasse o reportório, o transcrevesse para pautas. Não existindo, acabam por ser as associações de cada aldeia a ensinar".

CÉLIO PIRES, CONSTANTIM

 
Célio Pires, compositor, tocador e construtor de gaitas de foles e sanfonas na sua oficina de Constantim, Miranda do Douro
Posted by Picasa

CONSTANTIM

 
É um ápice enquanto o rebanho atravessa a estrada de um lado ao outro mas também não são muitos os carros que passam entre Constantim e Miranda do Douro.
Posted by Picasa
 
Na estrada plana e fustigada pelo vento da raia mirandesa, qualquer cruzamento pode levar a Espanha
Posted by Picasa

ADEUS IFANES

 
Posted by Picasa
 
Site Meter