DIÁRIO DE VIAGEM DO JORNALISTA NUNO FERREIRA (EX-EXPRESSO, EX-PÚBLICO) QUE ATRAVESSOU PORTUGAL A PÉ ENTRE FEVEREIRO DE 2008 E NOVEMBRO DE 2010. O BLOG INCLUI TODAS AS CRÓNICAS PUBLICADAS NA REVISTA "ÚNICA" EM 2008, BEM COMO AS QUE SÃO PUBLICADAS SEMANALMENTE NO SITE CAFÉ PORTUGAL. (Travel diaries of Nuno Ferreira, a portuguese journalist who crossed Portugal on foot from February 2008 to November 2010. contact: nunoferreira62@gmail.com ou nunocountry@gmail.com

25/03/09

PORTUGAL A PÉ NO "JANELA INDISCRETA" DE PEDRO ROLO DUARTE


Agradecimentos a Pedro Rolo Duarte aos sites de onde recolhi imagens da terrível tragédia em Alcafache: Mangualde Online, Bombeiros de Mangualde, Bombeiros de Canas de Senhorim, Câmara Municipal de Mangualde.

Continuo, entretanto, à procura de um patrocínio.
Quando comecei em Fevereiro de 2008, em Sagres, tinha a almofada confortável de uma publicação, o semanário "Expresso". Publiquei crónicas todas as semanas na revista "Única" até ao dia 6 de Setembro do ano passado, quando estas deixaram de ser publicadas. Neste momento, para terminar de forma séria e profissional a viagem, cobrindo um roteiro que passa pela Beira Litoral, Beira Alta, Trás-os-Montes, Douro Litoral e finalmente o Minho até à etapa final de Lamas de Mouro (Melgaço) preciso de apoio ou apoios, um patrocínio.
Contacto: nunocountry@gmail.com
Crónicas e fotos serão, naturalmente, publicadas em livro.

HELP SPONSOR NEEDED

When I started my journey, in Sagres Cap, I was writing for a newspaper. Now, since September, I am on my own and I need a sponsor to help me finish my way through Beira Litoral, Beira Alta, Trás-os-Montes, Douro Litoral and at last, Minho province, where I want to finish my Portugal on foot trip.
I am going to publish everything on a book.
Contact: nunocountry@gmail.com


CAMINHO PERCORRIDO DESDE FEVEREIRO DE 2008 (MY WAY SINCE FEBRUARY)
mapa2

Partida de Sagres a 23 de Fevereiro de 2008. Neste momento encontro-me em Ovar.Para aceder à parte inicial da viagem clicar no final em MENSAGENS ANTIGAS.
I started my trip in Sagres Cap, Algarve. I am now in Ovar.
MEMÓRIAS ( VIDEO MEMORIES OF MY TRAVEL ON FOOT)





OUTROS VIDEOS (OTHER VIDEOS): http://www.youtube.com/user/countrynuno

BIO DE NUNO FERREIRA
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Natural de Aveiro, onde nasceu em 1962, Nuno Ferreira licenciou-se em comunicação social na Universidade Nova de Lisboa. Foi colaborador permanente do semanário Expresso de 86 a 89, ano em que ingressou nos quadros do jornal Público, onde se manteve até Setembro de 2006. Nos últimos 20 anos fez todo o tipo de reportagens de cariz social, primeiro na revista do Expresso e mais tarde em diversas secções do Público (Sociedade, Local e Pública). Neste último, manteve uma crónica satírica intitulada “Ficcões do País Obscuro” e escreveu sobre música popular americana. Entre outros prémios, recebeu em 96 o Prémio de Jornalismo de Viagem do Clube de Jornalistas do Porto com o trabalho “Route 66 a Estrada da América”, que lhe valeu também uma menção honrosa da Fundação Luso-Americana. Um ano mais tarde, recebeu o Prémio de Jornalismo de Viagem do Clube Português de Imprensa com o trabalho “A Índia de Comboio”. Em 2007 publicou conjuntamente com Pedro Faria o livro "Ao Volante do Poder" na editora Bertrand

( http://www.wook.pt/product/product/id/197543)

Nuno Ferreira was born in Aveiro, Portugal, in 1962. He has a degree of journalism. Nuno worked for Lisbon "Expresso" weekly newspaper from 86 till 89. Then, he worked on Lisbon "PUBLICO" newspaper staff from 89 till 2006. He won a portuguese travel journalism award for "Route 66 America's Road" in 96 and a year later he won another award for "India By Train". Nuno Ferreira published a book in 2007 called "Ao Volante do Poder" ("On Power's Wheel")and he's now working as a freelancer.


ENTREVISTA NA ANTENA UM NO PROGRAMA DE JORGE AFONSO AQUI:

http://tv1.rtp.pt/multimedia/programa.php?hist=1&prog=2754

19/03/09

"OH CRIATURA, CHEGUE-SE À FRENTE!"

 
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São seis e meia da manhã na Praia da Torreira. Acabei de assistir ao nascer do sol lá para as bandas da serra. O amarelo torrado do amanhecer desenha um jogo de sombras e luz nas casas da avenida principal. Subo até à beira do mar, viro à esquerda e caminho no silêncio. Por mim passa um pescador numa samarra. Uma peixeira embrulhada num xaile castanho sai de uma casa, espreita o mar e diz: "Tanto frio". O Olá Sampaio ainda lá está, no areal, sózinho, o cordame a fazer-lhe companhia, ninguém por perto.Até que avisto o Zé Murta, o arrais do São Paio, mãos nos bolsos, casaco aos quadrados: "Não vai dar. Ontem rasgámos duas redes, não pescámos quase nada mas ontem estava um mar de senhoras. Hoje não dá para arriscar. Bom, volte daqui a uns dias, na internet dão bom mar para quinta-feira".
Entrei na primeira padaria a abrir na Torreira. Mulheres e homens vão chegando à porta e entram num corropio mal ela é aberta. Discutem a ordem de chegada, falam do último falecimento. Deixo-me ficar, tenho todo o tempo do mundo. Até que uma varina de vestida a rigor me pega no braço: "Oh criatura, venha cá, chegue-se à frente, vocês estava primeiro!"

O ZÉ MURTA VAI AO MAR

 
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A companha do Zé Murta observa as movimentações, ao longe, da outra companha de Xávega da Torreira. Há duas semanas que o Olá Sampaio vai ao mar. Só na Praia de Mira é que a xávega também começou. Na Vagueira e no Furadouro, os barcos estão acabados de pintar mas à espera de Abril.
Na Quinta-feira, tal como Zé Murta previra, a Torreira assistia a um "mar de senhoras", uma rebentação ligeira que permitiu ao arrais do Olá São Paio preparar rápidamente a companha de modo a estar no mar logo pela manhã. Eram 7h00 e já o barco, de uns 9 metros e trinta, se fizera ao mar, ainda na sombra, que o sol haveria de nascer com os pescadores no mar. Zé Murta é dali mesmo, neto e filho de pescadores da xávega. Um dia viu o irmão afogar-se a trinta metros da praia. Tanto ele como a mulher e os filhos são gente calejada, de falas simples, secas, sem rodeios nem ironias nem perilimpimpins de grande cidade.

TRACTORES

 
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Os tractores substituiram os bois há muito tempo. "Oh, os bois, isso já lá vai muito tempo", comenta alguém. O Zé Murta já trabalha com tractores há anos. Ainda jornalista do "PÚBLICO" fiz juntamente com o fotojornalista Bruno Portela, na Torreira, uma reportagem sobre a xávega e os barcos eram puxados pelos bois. Não vale de nada a nostalgia, quem lá trabalha é que sabe o que custa. Não laboram para os turistas mas para encher o bolso entre a pesca na Ria de Aveiro e a do mar da Torreira.

NA ESPERA

 
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Os homens esperam pela nova investida ao mar da Torreira e observam a outra companha, cujo barco deambula nas águas mais a norte.

MUITO TRABALHO PARA POUCO PEIXE

 
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AJUDA

 
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Quando se trata de empurrar o barco, todos ajudam, homens e mulheres: "Vai! Mais força! Oi!"
 
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Zé Murta, o arrais do Olá Sampaio pega no colete salva-vidas

A REBENTAÇÂO

 
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A rebentação é rapidamente ultrapassada sem grandes dificuldades. Como explica Zé Murta: "Hoje está um mar de senhoras..."

VEM AÍ

 
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As mulheres preparam já a corda para amarrar o barco que ele vem aí num repente. Quando o Olá Sampaio largou a praia deixou a corda sempre ligada. Deu uma volta a cerca de 500 metros, largou a rede e voltou.
 
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CHEGOU

 
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Zé Murta e a mulher já na lida de puxar a rede.

ANSIEDADE

 
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Ela vem aí, se traz muito ou pouco peixe, não sabemos.
 
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Zé Murta e António da Silva no comando das operações.

ZÉ MURTA

 
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HOMENS E MULHERES

 
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18/03/09

FURADOURO-OVAR

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Desde a região de Vagos, com uma forte tradição de emigração para a Venezuela, que tenho vindo a ver este tipo de casas com muitos azulejos e metal dourado nos varandins. A maior concentração deste tipo de casas, no entanto, dá-se na Murtosa, onde a emigração para a Venezuela se junta à dos Estados Unidos.

PRAIA DO FURADOURO

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PRAIA DO FURADOURO

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PRAIA DO FURADOURO

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