DIÁRIO DE VIAGEM DO JORNALISTA NUNO FERREIRA (EX-EXPRESSO, EX-PÚBLICO) QUE ATRAVESSOU PORTUGAL A PÉ ENTRE FEVEREIRO DE 2008 E NOVEMBRO DE 2010. O BLOG INCLUI TODAS AS CRÓNICAS PUBLICADAS NA REVISTA "ÚNICA" EM 2008, BEM COMO AS QUE SÃO PUBLICADAS SEMANALMENTE NO SITE CAFÉ PORTUGAL. (Travel diaries of Nuno Ferreira, a portuguese journalist who crossed Portugal on foot from February 2008 to November 2010. contact: nunoferreira62@gmail.com ou nunocountry@gmail.com

25/02/10

 
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A RTP em Podence

 
Ainda caíram uns flocos de neve sobre as cabeças laboriosas dos profissionais da RTP, a entrar em directo no programa "Portugal No Coração" com imagens da frígida Podence e dos seus caretos numa segunda-feira que nem os chocalhos conseguiram aquecer.
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DESFILE DE CARNAVAL EM MACEDO DE CAVALEIROS

 
Fiquei por Macedo de Cavaleiros para assistir ao Carnaval tradicional de Podence mas acabei por dar uma vista de olhos ao desfile de Carnaval que reúne gente de muitas aldeias do concelho sob...uma temperatura pouco dada a festas e carnavais. Felizmente, para mim, para todos e para quem organizou tudo, não choveu durante o desfile. Escusado será dizer que as ruas desertas uma hora antes do corso desertificaram pouco depois. "Toca a ir para a lareira outra vez..."
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BANDA DE LATOS DE BAGUEIXE NO CARNAVAL DE MACEDO DE CAVALEIROS

 
A aldeia de Bagueixe, 190 habitantes, entre Macedo de Cavaleiros e Izeda, fez-se representar pela sua Banda de Latos. Tocam com baldes de lata, enxadas, chocalhos, em ritmo sincopado, continuando uma tradição do carnaval local. Há quem associe o bater de latos em Bagueixe ao barulho que os pastores faziam para afastar os lobos e há quem tenha contado ao jornal "Nordeste" que os pobres da aldeia batiam com latos velhos à porta dos senhorios quando tinham fome. O certo é que agora tocam onde lhes pedirem e o que recebem vai para a associação cultural de Bagueixe.
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CARNAVAL EM MACEDO DE CAVALEIROS

 
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MACEDO DE CAVALEIROS

 
Estava a circular por Macedo na terça-feira de Carnaval quando deparei com este rebanho junto à traseira de uma fileira de prédios. O mínimo que posso dizer é que a curiosidade foi mútua. Ao fim de uns minutos, aproximou-se o cão de guarda, que acabou por se aninhar entre elas e eu, deixando-me a falar para aquelas bolas de lã,olhos curiosos, as orelhas como asas pretas de avião: "Então, está tudo bem? Só mais uma foto, está bem?"
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LARGO DOS SEGADORES, MACEDO DE CAVALEIROS

 
"Ao concelho de Macedo de Cavaleiros chamavam noutros tempos o concelho da fouce. Com razão. Eram terras ricas em cereal e por isso era a fouce, também dita seitoura, a alfaia definitiva. Macedo não se envergonhava do chamadouro. Pelo contrário, ele inculcava fartura de pão na arca. Por meados do século, ainda a ceifa mecanizada vinha longe, acudiam à vila os segadores em busca de quem os justasse.Vinham todos os anos de terras longínquas aproveitar a oportunidade sazonal de juntar umas jeiras. E com eles, vinha a alegria às ruas de Macedo, sobretudo na Feira de São Pedro ou dos "Segadores", a 29 de Junho. Estou a vê-los: Em bandos numerosos e garridos, cada bando como que arregimentado sob o seu pendão, desfilavam pelas ruas centrais da vila e vinham juntar-se na Praça dos Segadores, entre cantigas e o seu pezinho de chula, à espera de lavrador precisado que os apalavrasse. Feito o ajuste, lá iam no dia marcado para o calvário imenso da segada, também ela feita entre cantigas, mas agora dolentes, como se a música fosse o único queixume de andar dias inteiros, dobrado pelos rins, curtindo sóis e sedes, a segar o pão".
A.M. Pires Cabral, poeta, escritor e dramaturgo transmontano
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A velha Trás-Os-Montes vai desaparecendo envolta em prédios e moradias construídos no boom do regresso dos emigrantes, não há tantos anos assim. Por todo o lado, aldeias, vilas e cidades, o núcleo antigo é cercado pelo sinal dos tempos, pela modernidade. Aqui, é no centro de Macedo de Cavaleiros mas podia ser em Vila Flor ou em Carrazeda de Ansiães. Restam resquícios como este para nos lembrar que existiu ali outra sociedade, há bem pouco tempo.
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MACEDO DE CAVALEIROS

 
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ANTIGA ESTAÇÃO DA LINHA DO TUA

 
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MACEDO DE CAVALEIROS

 
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10/02/10

EM MACEDO DE CAVALEIROS (CLICAR SEMPRE EM MENSAGENS ANTIGAS NO FINAL PARA PODER VER A RESTANTE VIAGEM)

 
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A 21 de Fevereiro faz dois anos que iniciei esta viagem a pé por Portugal com interrupções e alguns problemas à mistura. Na altura decidi começar por Sagres por causa da simbologia mas também por causa do tempo em Fevereiro. Afinal aqui estou eu em pleno Inverno a caminhar em Trás-os-Monte, entre serras, montes e vales desgraçadamente vazios mas belos, sempre em busca de algo que remeta para o Portugal rural que partiu, esgotado pela emigração, migração interna, pela razia dos números. Só o concelho de Torre de Moncorvo, que atravessei há uma semana, perdeu metade da população desde a década de 50 do século passado. Mas é um prazer conviver com os que ficaram ou os que retornaram mesmo sendo estes tempos difíceis. "Aqui em Mogadouro grande parte da povoação cresceu devido aos emigrantes. Dessa avenida para baixo, por exemplo. Agora, há muitos que procuram vender e regressar à Suíça ou à França. Aqui não há emprego. A agricultura morreu e indústrias?", comentava um habitante de Mogadouro.

Nuno Ferreira (contacto: nunocountry@gmail.com)
 
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